Enquanto a proposta buscava aumentar a tributação sobre ganhos financeiros e receitas de casas de aposta, a Câmara aprovou a retirada da pauta — e a medida caducou.
A Câmara dos Deputados aprovou, na noite de 8 de outubro de 2025, o requerimento de retirada da pauta que inviabilizou a Medida Provisória (MP) 1.303/2025 — conhecida na imprensa como a “taxação BBB” (bets, bancos e bilionários). Com a retirada da pauta, a MP caducou e as alterações tributárias propostas pelo governo perderam eficácia. Foram 251 votos a favor do pedido de retirada da pauta e 193 contra.
O que previa a MP (resumo)
A MP 1.303/2025 tinha como objetivo uniformizar e ampliar tributos sobre rendimentos financeiros e setores específicos, entre as medidas mais debatidas estavam:
Unificação/elevação do Imposto de Renda incidente sobre rendimentos de aplicações para patamares próximos a 17,5%–18%;
Tributação dos ganhos de criptoativos e ativos digitais;
Aumento da tributação sobre a receita bruta das casas de apostas (bets) — a proposta chegou a prever alíquotas no intervalo de 12% a 18% sobre o GGR (receita bruta das apostas).
Mudanças na CSLL e tributação sobre instrumentos hoje isentos (LCI, LCA, CRI/CRA) em parte das versões.
O texto sofreu diversas alterações durante a negociação, inclusive recuos e exclusões em pontos sensíveis, na tentativa de angariar apoio no Congresso.

Quem são — e por que a lista importa
Reportagens locais e nacionais apuraram que 12 deputados federais eleitos pela Bahia integraram o bloco de parlamentares que votaram a favor da retirada da pauta, que resultou na caducidade da medida. Esses nomes foram amplamente divulgados pela imprensa regional e confirmados — em seus votos registrados no painel nominal da Câmara — em relatórios públicos de votação. Entre os deputados baianos citados por veículos locais estão:
Adolfo Viana (PSDB-BA)
Alex Santana (Republicanos-BA)
Arthur O. Maia (União-BA)
Capitão Alden (PL-BA)
Cláudio Cajado (PP-BA)
Dal Barreto (União-BA)
Elmar Nascimento (União-BA)
José Rocha (União-BA)
Leur Lomanto Jr. (União-BA)
Márcio Marinho (Republicanos-BA)
Paulo Azi (União-BA)
Rogéria Santos (Republicanos-BA)
Reações e contexto político
O presidente Lula e líderes do governo consideraram a derrota uma perda relevante para as metas fiscais e para a “justiça tributária” que o texto buscava avançar.
A oposição saudou a retirada da pauta como vitória política. Bancos, setor financeiro e associações do mercado saudaram a vitória, enquanto movimentos sociais e parte da esquerda reagiram com críticas, afirmando que o Congresso protegeu privilégios.
Na bancada baiana, o resultado reforça a força da bancada de centro-direita (União, PP, Republicanos e aliados) na defesa de posições contrárias à elevação das alíquotas propostas pelo Executivo.
O que muda na prática
Com a caducidade da MP, as medidas fiscais ali previstas deixaram de vigorar — ao menos por agora — e o governo afirmou que avaliará alternativas (novos projetos de lei, mudanças de proposta, corte de emendas ou outras medidas) para recompor a base de arrecadação prevista originalmente. Desde a derrocada da MP, lideranças do PT já anunciaram propostas alternativas, inclusive projetos para tributar com mais rigor as casas de aposta com alíquotas diferentes das que constavam na MP.