Nos últimos anos, o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF) ganhou força no Brasil, ajudando clubes endividados a reestruturar finanças, profissionalizar a gestão e atrair investimentos. Exemplos como Botafogo, Cruzeiro, Vasco e Bahia mostraram que, mesmo com desafios, a transformação empresarial tende a criar ambientes mais sólidos e previsíveis no futebol.
Apesar disso, muitos dirigentes de clubes tradicionais seguem resistindo à adoção da SAF — e, como destacou o comunicador Márcio Martins em vídeo que repercutiu nas redes, essa resistência não é por acaso.
Interesses pessoais acima da institucionalidade
Segundo Martins, boa parte da oposição ao modelo SAF nasce do medo de perder espaço político dentro das instituições. Nos clubes que funcionam como associações, grupos internos dominam eleições, controlam orçamentos e, muitas vezes, acumulam influência fora do campo esportivo.
A implantação da SAF mexe diretamente nesse ambiente:
acaba com os “feudos” internos,
limita o poder de conselheiros e presidentes,
estabelece governança profissional,
e joga luz sobre gastos e decisões que antes passavam sem transparência.
Ou seja, o poder sai das mãos de grupos políticos e passa a ser exercido por gestores com metas, prazos e responsabilidades jurídicas — algo que muitos dirigentes simplesmente não desejam.
Fim das barganhas políticas e benefícios internos
O modelo atual de gestão de muitos clubes ainda é marcado por trocas de favores, indicações, contratos pouco transparentes e decisões tomadas com base em alianças políticas.
A transição para SAF elimina grande parte desse ambiente porque:
exige auditoria,
estabelece compliance,
cria responsabilidades financeiras reais,
e tira a margem para acordos informais.
Dirigentes que se beneficiam dessa dinâmica, aponta Martins, não têm interesse em mudar.
Transparência que incomoda
Outra razão mencionada por Márcio Martins é a falta de vontade de expor números reais. Muitos clubes possuem dívidas bilionárias, contratos inchados e práticas administrativas ultrapassadas. O modelo SAF escancara tudo isso e exige um plano de recuperação.

Para alguns dirigentes, essa exposição representa:
risco de desgaste político,
perda de influência com patrocinadores,
e possível cobrança do próprio torcedor.
Medo de perder espaço decisório
Na SAF, quem comanda é o investidor — não o presidente eleito, não o conselho deliberativo, não o grupo dominante do clube. Isso significa:
menos discursos e promessas,
menos influência em contratações,
e menor protagonismo interno.
Muitos dirigentes preferem manter o status atual, mesmo que isso signifique continuar com o clube endividado e com pouca perspectiva.
O torcedor no meio dessa disputa
Enquanto a política interna dos clubes trava a modernização, o torcedor segue como o maior prejudicado. A falta de planejamento profissional afeta:
desempenho em campo,
capacidade de investir em elenco,
infraestrutura,
categorias de base,
e sustentabilidade a longo prazo.
A SAF, apesar de não ser solução mágica, já demonstrou que melhora processos, atrai capital e profissionaliza o futebol, reduzindo o improviso que marcou gerações de dirigentes.
Assista a Análise de Márcio Martins












Catuense, pai, Advogado, Professor, Jornalista, Radialista, Gestor de futebol, Escritor e Empresário; Coordenador Municipal de Segurança Pública da Prefeitura de Catu; Professor de Educação Básica do Município de Itanagra; Membro da Academia Internacional de Literatura; Membro Imortal da Academia Interamericana de Escritores. Com formação em: Telecomunicações; Processo Petroquímico; Teologia; Matemática; Direito; e Ciências Biológicas; Mestre Em Comunicação e Jornalismo; Doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais; Especialista em Direito Administrativo; Especialista em Criminologia; Especialista em Educação Basica; Especialista no Ensino de Matematica e Biologia; Especialista em Coordenação e Gestão Educacional; Graduando em Farmácia; Licenciando em Ciências da Computação e Informática; Licenciando em Física.

