Na tarde de ontem (16), um rodoviário foi vítima de agressão durante o exercício de sua função, fato que resultou em protestos e paralisação parcial no Terminal da Lapa, em Salvador. O caso gerou grande mobilização sindical e chamou a atenção para a crescente onda de violência contra trabalhadores do transporte coletivo.
O atendimento e a denúncia
O diretor sindical Jackson esteve na UPA dos Barris ainda pela tarde, onde o rodoviário recebeu os primeiros atendimentos. O trabalhador estava acompanhado de sua esposa, de dois policiais militares e do padre de sua comunidade.

De acordo com os policiais, o agressor já havia sido conduzido para a Delegacia dos Barris, onde prestaria depoimento. O rodoviário, por sua vez, também foi orientado a registrar a queixa formal.

Versão do trabalhador
Segundo relato do motorista, ele trafegava normalmente quando um carro branco começou a atrapalhar a passagem do ônibus, seguindo em baixa velocidade até parar bruscamente à frente do coletivo.
O rodoviário desceu do veículo e foi agredido física e verbalmente. Ele afirma ainda que o agressor estava armado, ameaçou tanto a ele quanto ao cobrador e retornou ao local mesmo após sair com o carro.
A polícia, no entanto, informou que não encontrou arma com o suspeito nem no interior do veículo.
Versão do agressor
Já o agressor apresentou uma versão diferente: afirmou que o rodoviário teria descido e chutado seu carro, momento em que reagiu. Durante a abordagem, ele se identificou como policial penal, mas, segundo relatos apurados pelo sindicato, não apresentou comprovação.
Paralisação e mobilização
A notícia da agressão rapidamente se espalhou entre os rodoviários e a imprensa, Os trabalhadores e dirigentes Sindicais organizaram um protesto no Terminal da Lapa em solidariedade ao colega, logo o grupo se dirigiram à delegacia, onde tanto vítima quanto agressor prestavam depoimento.
O clima no local ficou tenso, já que dezenas de trabalhadores aguardavam do lado de fora em apoio ao motorista agredido.
Ação sindical e próximos passos
A diretoria do sindicato, junto com a assessoria jurídica, reforçou apoio total ao trabalhador. Entrei em contato com o presidente Fábio Primo e outros diretores para adotarmos as seguintes providências.
Entre as medidas, estão:
- solicitação de imagens das câmeras da região para comprovar os fatos;
- apuração da suposta utilização de arma pelo agressor; (apuração policial)
- pedido de afastamento imediato do rodoviário da linha Estação Lapa x Nordeste por questões de segurança; no seu retorno ao trabalho.
- encaminhamento do trabalhador para atendimento no IML e no Hospital Teresa de Lisieux(ocorrido logo após depoimento);
- busca de diálogo com o secretário de Segurança Pública para evitar impunidade no caso.

Suspeita sobre o agressor
Informações preliminares que apuramos apontam que o agressor pode ser um agente de ressocialização terceirizado, o que ainda não foi oficialmente confirmado.
foto: diretor Bob