Os torcedores do futebol brasileiro — especialmente os do Bahia — foram surpreendidos, nesta segunda-feira (06/10), com a notícia de que o meia Everton Ribeiro foi diagnosticado com câncer na tireoide. O atleta revelou o quadro em suas redes sociais e informou que passou por cirurgia nesta manhã, apenas um dia após atuar normalmente no triunfo tricolor sobre o Flamengo, pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Segundo o jogador, o diagnóstico foi recebido há cerca de um mês, e desde então ele vinha realizando exames e acompanhamentos médicos. “Correu tudo bem na cirurgia, estou bem e confiante. Agradeço a Deus, à minha família e ao Bahia pelo apoio nesse momento”, escreveu o atleta no Instagram.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de tireoide afeta cerca de 4.820 brasileiros por ano, sendo 4.060 mulheres e 760 homens. Apesar de ter maior incidência entre o público feminino, a doença também atinge atletas e pessoas em plena forma física, como no caso de Everton Ribeiro.

A tireoide é uma glândula com formato de borboleta, localizada na parte anterior do pescoço, e desempenha funções essenciais no metabolismo, respiração, humor e temperatura corporal. A presença de nódulos nessa região é muito comum — entre 70% e 80% da população —, mas apenas 12% deles são malignos.
O oncologista Daniel Brito, da equipe da Oncoclínicas, explicou que o câncer de tireoide é “relativamente comum e, na maioria dos casos, detectado em estágios iniciais”.
“É a terceira neoplasia mais frequente, excluindo-se o câncer de pele, especialmente na população feminina. Nos homens é menos comum, mas ainda está entre os dez tipos mais recorrentes”, afirmou o especialista.
Brito destacou que, em geral, a doença é silenciosa e descoberta em exames de rotina. “A ausência de sintomas é a característica predominante. O diagnóstico costuma surgir como um achado em exames de imagem, como a ultrassonografia”, explicou.
O tratamento padrão é a retirada cirúrgica da glândula, procedimento conhecido como tireoidectomia. “A boa notícia é que a maioria dos casos é diagnosticada precocemente, o que aumenta muito as chances de sucesso no tratamento”, ressaltou o oncologista.
Questionado sobre o tempo de recuperação, Daniel Brito afirmou que a cirurgia tem recuperação rápida, geralmente em poucos dias, mas ponderou que o retorno ao futebol pode demandar mais tempo.
“A recuperação costuma ser rápida, em questão de dias. No entanto, o retorno às atividades de alto rendimento, como no caso de um atleta, pode variar conforme a resposta individual do paciente”, explicou.
Everton Ribeiro seguirá em observação médica nos próximos dias, mas o prognóstico é considerado positivo. A expectativa é que o jogador retorne gradualmente às atividades físicas.