Lula atinge pior índice do mandato, aponta pesquisa
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrou uma queda significativa em sua popularidade, conforme revelou a mais recente pesquisa do Instituto Futura Inteligência, divulgada nesta sexta-feira (27). Segundo o levantamento, apenas 23,9% dos eleitores classificam a gestão como ótima ou boa, enquanto 51,1% consideram o governo ruim ou péssimo — o pior resultado desde o início do terceiro mandato.
Realizada entre os dias 12 e 23 de junho de 2025, com 2.000 entrevistados, a pesquisa mostra uma diminuição de 8 pontos percentuais na avaliação positiva e um aumento de 2,8 pontos na percepção negativa. Entre os principais motivos para esse cenário estão a insatisfação com a economia e críticas à forma como o governo vem conduzindo a administração pública. De acordo com o levantamento, 60,3% dos entrevistados avaliam a situação econômica do país como ruim ou péssima.
Crises recentes agravam desgaste
Para o fundador do instituto Futura, José Luiz Soares Orrico, episódios recentes envolvendo o PIX, o IOF e o INSS contribuíram diretamente para a deterioração da imagem do governo. Ele destaca ainda o crescimento da diferença entre os índices de aprovação e reprovação — conhecido como “boca de jacaré”.
“A avaliação começou a se deteriorar ao longo de 2024 e, com os novos problemas enfrentados recentemente, a situação ficou ainda mais delicada”, afirma Orrico.
Outro fator que evidenciou a fragilidade política do governo foi a anulação de um decreto presidencial pelo Congresso, um acontecimento inédito em mais de três décadas. A relação com o Legislativo tem sido marcada por tensões e desafios, principalmente diante das dificuldades fiscais que podem comprometer programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida e o vale-gás. Há, inclusive, a possibilidade de um corte de até R$ 12 bilhões no orçamento destinado a essas iniciativas.
Percepção econômica preocupa
A pesquisa também aponta que 42,8% dos brasileiros consideram negativa a geração de empregos no país, enquanto apenas 26% enxergam o cenário de forma positiva. Apesar de o desemprego ter caído para 6,2%, o menor índice para o mês de maio já registrado, o que preocupa é a qualidade das vagas oferecidas.
Orrico observa que essa percepção está ligada a salários baixos e condições de trabalho precárias, o que reforça a insatisfação da população. Para muitos, o impacto da economia é sentido diretamente no dia a dia, com alta nos preços dos alimentos, combustíveis e transporte. A pesquisa conclui que a opinião sobre a economia nacional está fortemente atrelada à realidade vivida por cada cidadão.