
Motociclistas representam maior parte das vítimas fatais nas estradas brasileiras, acendendo alerta para medidas urgentes de segurança e fiscalização
O crescimento acelerado da frota de motocicletas no Brasil tem se tornado um fator determinante para o aumento do número de mortes no trânsito. De acordo com dados recentes do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), ligado ao Ministério da Saúde, os motociclistas já representam mais da metade das vítimas fatais em acidentes nas vias do país.
Nos últimos anos, o número de motos em circulação quase dobrou em diversas regiões, especialmente em cidades de médio e pequeno porte, onde o veículo é mais acessível e utilizado como principal meio de transporte e trabalho. A popularização dos serviços de entrega por aplicativo também contribuiu para o aumento expressivo do uso de motocicletas.
Entretanto, a expansão da frota não foi acompanhada por melhorias significativas na infraestrutura viária ou em políticas de educação no trânsito. “Infelizmente, muitos condutores não têm a formação adequada, e há pouca fiscalização sobre o uso correto dos equipamentos de segurança”, alerta o especialista em trânsito Rodrigo Nunes.
Além disso, fatores como excesso de velocidade, imprudência, más condições das vias e baixa visibilidade dos motociclistas aumentam ainda mais a vulnerabilidade desses condutores. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), em média, sete motociclistas morrem por hora no Brasil, a maioria em faixas etárias entre 18 e 34 anos.
O cenário exige respostas urgentes das autoridades. Especialistas apontam que é fundamental investir em campanhas educativas, ampliar o acesso a cursos de capacitação, fortalecer a fiscalização e repensar o planejamento urbano para incluir a segurança dos veículos de duas rodas.
Enquanto essas medidas não avançam com a velocidade necessária, os números continuam alarmantes e revelam uma triste realidade: o sonho de mobilidade e autonomia sobre duas rodas está se transformando, para muitos brasileiros, em tragédia.
Por Redação | UP Notícias
24 de julho de 2025