Subsecretário Darren Beattie afirma que governo americano está “tomando providências” e vê violações a direitos fundamentais de Bolsonaro e aliados
Por Redação Up Notícias
O Departamento de Estado dos Estados Unidos fez duras críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, acusando-o de liderar um “complexo de perseguição e censura” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi feita nesta quarta-feira (24) por Darren Beattie, subsecretário americano para Diplomacia Pública, em comunicado oficial amplamente repercutido por veículos da imprensa internacional.

“Alexandre de Moraes é o coração pulsante do complexo de perseguição contra Bolsonaro. Estamos atentos e tomando medidas”, afirmou Beattie.
A fala ocorre poucos dias após o governo dos EUA revogar os vistos diplomáticos de Moraes, familiares e aliados da cúpula do STF. Segundo autoridades americanas, a decisão foi baseada em supostas violações de direitos civis, perseguição política e censura de vozes conservadoras no Brasil — especialmente após as sanções impostas a Bolsonaro, como a tornozeleira eletrônica e a proibição de contatos com diplomatas e redes sociais.
Tensões diplomáticas em alta
A medida representa um novo e delicado capítulo nas relações entre o governo Lula e a gestão de Donald Trump, reeleito em novembro de 2024. A retaliação contra Moraes é vista como uma resposta direta à atuação do STF nos inquéritos que investigam Bolsonaro por suposta tentativa de golpe e ataques ao sistema eleitoral.
Fontes diplomáticas dos EUA sugerem que o país avalia a possibilidade de aplicar sanções sob a Lei Magnitsky Global, mecanismo utilizado para punir autoridades estrangeiras acusadas de corrupção ou violação de direitos humanos.
Apoio da direita internacional
A pressão norte-americana também reflete o apoio que Bolsonaro vem recebendo de lideranças conservadoras dos EUA e da Europa. Parlamentares republicanos vêm defendendo o ex-presidente brasileiro como vítima de perseguição política e pedem o fim das “restrições judiciais arbitrárias” impostas por Moraes.
O embate já teve reflexos diretos: o Itamaraty emitiu nota de repúdio à decisão americana e convocou o embaixador do Brasil em Washington para consultas. O governo brasileiro ainda tenta evitar que a crise diplomática escale e afete acordos comerciais e estratégicos em andamento.
Entenda o caso
- Alexandre de Moraes é relator de ações que investigam Jair Bolsonaro por tentativa de golpe e disseminação de fake news.
- O ex-presidente foi proibido de usar redes sociais, receber visitas políticas e deve usar tornozeleira eletrônica.
- O governo dos EUA, sob Trump, considera as ações uma violação aos direitos fundamentais.
- Moraes e outros ministros tiveram vistos revogados e podem ser alvos de sanções mais severas.
O que vem a seguir?
Especialistas em relações internacionais avaliam que a crise entre Brasil e Estados Unidos pode se agravar, especialmente diante da possibilidade de medidas econômicas e diplomáticas mais duras por parte da gestão Trump. Já no Brasil, a oposição bolsonarista celebra a “pressão internacional” contra o STF e tenta usar o episódio como munição política.
Enquanto isso, Moraes ainda não se pronunciou publicamente sobre a revogação dos vistos e as acusações do Departamento de Estado.