
Um avanço histórico da medicina brasileira pode mudar a vida de milhões de pessoas no mundo. Pesquisadores da (UFRJ) anunciaram resultados promissores de um tratamento experimental que possibilitou que dez pacientes paraplégicos recuperassem movimentos voluntários — incluindo a capacidade de se levantar e dar os primeiros passos.
O estudo, coordenado pela professora Tatiana Coelho de Sampaio, utiliza uma substância batizada de polilaminina, derivada da laminina — proteína natural presente na placenta humana, que auxilia na regeneração e reorganização de tecidos nervosos. A expectativa dos cientistas é que essa descoberta abra caminho para uma nova era no tratamento de lesões medulares.
“Nosso objetivo era provar que a medula espinhal pode voltar a transmitir comandos motores mesmo após uma lesão considerada irreversível. Os resultados superaram nossas expectativas”, declarou Tatiana.
Segundo a equipe, pacientes que haviam perdido totalmente os movimentos da cintura para baixo apresentaram diferentes níveis de recuperação motora e sensitiva. Em alguns casos, conseguiram ficar em pé e dar passos com apoio, algo que, até pouco tempo atrás, era considerado impossível para esse tipo de lesão.
Além da recuperação de movimentos, os pacientes relataram melhora na sensibilidade e na função de órgãos internos — aspectos diretamente comprometidos pela lesão medular. A equipe também destacou que não foram observados efeitos colaterais graves, o que reforça o potencial de segurança do tratamento.
Os testes ainda estão em fase experimental, e a substância precisará passar por novas etapas de validação antes de ser disponibilizada em larga escala. Mesmo assim, especialistas apontam que esse pode ser um dos maiores avanços da neurociência no Brasil nos últimos anos.
“É um marco para a ciência brasileira e um sinal de esperança para milhares de pessoas com lesão medular no país e no mundo”, ressaltou Tatiana.
A pesquisa segue sob acompanhamento clínico e deverá, em breve, entrar em uma nova fase de testes com um número maior de voluntários.