O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou atrás em suas declarações e negou ter trabalhado em favor do tarifaço anunciado pelo ex-presidente Donald Trump contra produtos brasileiros. A mudança de discurso ocorre após forte repercussão política e possíveis implicações legais em torno de sua suposta participação nas tratativas comerciais dos Estados Unidos.
Na semana passada, Eduardo havia dado declarações que foram interpretadas como admissão de influência ou conhecimento prévio sobre a imposição de tarifas a exportações brasileiras de aço, alumínio e outros produtos. O anúncio de Trump gerou turbulência nos mercados, com elevação do dólar e especulações de possível vazamento de informações privilegiadas — o que poderia configurar crime contra o sistema financeiro.
Diante da pressão, Eduardo afirmou nesta terça-feira (23) que “não atuou diretamente” no processo e que sua fala foi “mal interpretada”. Em nota, ele declarou:

“Reitero que não participei de nenhuma articulação para prejudicar o Brasil. Sempre atuei a favor da soberania nacional e da boa relação com os Estados Unidos.”
A Procuradoria-Geral da República (PGR) analisa se há fundamento para investigar a conduta do parlamentar, especialmente após o aumento repentino do dólar registrado logo após a fala de Trump, o que levou à suspeita de que agentes do mercado se beneficiaram de informações antecipadas.
Parlamentares da oposição já falam em representação por quebra de decoro e cobram explicações formais de Eduardo Bolsonaro no Congresso.
Enquanto isso, a equipe econômica do governo Lula estuda medidas para minimizar os impactos do tarifaço na indústria nacional e está em diálogo com o Itamaraty para uma resposta diplomática ao novo movimento de Trump, que é pré-candidato à presidência dos EUA em 2024 e tem intensificado o tom protecionista.
A mudança de postura de Eduardo é vista por analistas como uma tentativa de se afastar de possíveis investigações e preservar sua imagem pública diante do desgaste causado pelas recentes revelações.
A UPNotícias.net seguirá acompanhando os desdobramentos do caso.