O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (ABiPesca), Eduardo Lobo, afirmou nesta quarta-feira (6) que o aumento de tarifas imposto pelos Estados Unidos terá um impacto imediato e severo sobre o setor pesqueiro nacional. Segundo ele, a medida compromete diretamente as exportações brasileiras de pescado, que dependem fortemente do mercado norte-americano.
Exportações ameaçadas
De acordo com Lobo, cerca de 70% do pescado brasileiro exportado tem como destino os EUA, e o novo pacote tarifário anunciado pelo governo norte-americano atinge em cheio produtos do setor. “O tarifaço não é uma ameaça abstrata — ele atinge o setor com força e pode causar redução drástica na produção, fechamento de fábricas e demissões”, declarou.
O dirigente destacou ainda que o Brasil, que vinha ampliando sua presença no mercado externo com produtos como tilápia, camarão e filé de pescado congelado, pode ver anos de avanço comprometidos pela nova política comercial norte-americana.
Medida é parte de retaliação comercial
As tarifas fazem parte de uma série de ações protecionistas anunciadas pelo governo dos Estados Unidos, que alegam necessidade de proteger produtores locais e reequilibrar a balança comercial. O pacote afeta, além do setor pesqueiro, produtos brasileiros como aço, alumínio, alimentos processados e minérios estratégicos.

Risco de desemprego e queda na produção
A ABiPesca alerta que o impacto mais imediato será sentido em regiões onde a produção de pescado é a principal atividade econômica, como o litoral nordestino, o Vale do São Francisco e áreas do Centro-Oeste. “Se não houver uma resposta rápida por parte do governo brasileiro, o setor pode entrar em colapso”, reforçou Lobo.
Números do setor
70% das exportações de pescado têm os EUA como destino
O setor movimenta cerca de R$ 25 bilhões por ano no Brasil
Geração estimada de mais de 1 milhão de empregos diretos e indiretos

A ABiPesca já solicitou uma reunião com o Ministério da Agricultura e com a Secretaria de Comércio Exterior para discutir estratégias emergenciais que possam minimizar os impactos sobre a indústria nacional.