A montadora Ford foi condenada pela Justiça do Trabalho a pagar R$ 30 milhões em indenização por danos morais coletivos, após o fechamento da fábrica em Camaçari, na Bahia, sem diálogo com o sindicato dos trabalhadores. A decisão foi tomada pela Primeira Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-5).
Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), que entrou com a ação, a empresa encerrou as atividades de forma abrupta, sem negociação prévia com os representantes dos funcionários, o que violou acordos coletivos e causou forte impacto social e econômico na região.
Fechamento sem aviso
O encerramento das operações aconteceu em 2021, pegando milhares de trabalhadores de surpresa. Mais de 60 mil pessoas foram afetadas direta ou indiretamente com o fechamento da unidade, que era uma das maiores empregadoras da região metropolitana de Salvador.

“Faltou respeito com os trabalhadores”
De acordo com o MPT, a Ford desrespeitou a lei ao não dialogar com o sindicato, como exige a legislação trabalhista em casos de demissões em massa. O órgão também lembrou que a empresa recebeu incentivos fiscais bilionários ao longo dos anos e, mesmo assim, decidiu sair do Brasil sem planejamento ou responsabilidade social.
Indenização milionária
A Justiça reconheceu o erro da empresa e determinou que a Ford pague R$ 30 milhões em indenização coletiva, valor que deverá ser revertido em benefício da sociedade. Ainda cabe recurso da decisão, mas o processo de execução já está sendo encaminhado para a Vara do Trabalho de Camaçari.
Entenda o caso em 4 pontos:
- O que aconteceu?
A Ford fechou a fábrica de Camaçari em 2021, sem aviso ou negociação com os trabalhadores. - Quem entrou na Justiça?
O Ministério Público do Trabalho (MPT). - Qual foi a decisão?
A Justiça condenou a empresa a pagar R$ 30 milhões por danos morais coletivos. - Para onde vai o dinheiro?
O valor será usado para ações sociais, projetos públicos ou acordos com os trabalhadores.