Um grupo de ex-funcionárias da loja Zinzane, localizada no Shopping da Bahia, protagonizou um protesto pacífico nesta segunda-feira (4), cobrando o pagamento das verbas rescisórias que não foram depositadas após uma demissão em massa ocorrida no final de julho.
Segundo as manifestantes, ao menos 16 trabalhadoras foram desligadas no último dia 23 e, até o momento, não receberam qualquer valor referente à rescisão contratual, como aviso prévio, férias proporcionais, 13º salário e a multa de 40% do FGTS.
“Fomos demitidas e deixadas no escuro”
Vestindo roupas pretas e segurando cartazes com frases como “Queremos nossos direitos” e “Demissão sem pagamento é covardia”, as ex-funcionárias denunciaram o que classificam como uma atitude desrespeitosa da empresa.

“Fomos desligadas sem aviso prévio e, depois disso, a empresa simplesmente desapareceu. Ninguém atende e não há previsão de pagamento. Enquanto isso, as contas chegam”, relatou uma das trabalhadoras, que preferiu não se identificar.
Recuperação judicial é alegada pela empresa
De acordo com relatos das ex-funcionárias, representantes da Zinzane afirmaram que a empresa entrou com um pedido de recuperação judicial, o que estaria dificultando o cumprimento imediato das obrigações trabalhistas. No entanto, advogados consultados por elas garantem que as dívidas trabalhistas têm prioridade legal mesmo em processos dessa natureza.
A loja em Salvador permanece aberta, funcionando normalmente no Shopping da Bahia, o que revolta ainda mais as ex-colaboradoras.
“A loja continua vendendo, faturando, e mesmo assim dizem que não têm dinheiro para nos pagar. Isso é inaceitável”, afirmou outra manifestante.
Ato chama atenção de clientes e autoridades
O protesto ocorreu durante o horário comercial e atraiu olhares de clientes que passavam pelo local. Apesar do caráter pacífico da manifestação, seguranças do shopping acompanharam a movimentação de perto, e uma equipe da Polícia Militar chegou a ser acionada para garantir que a situação não saísse do controle.
Segundo as manifestantes, novas ações estão sendo planejadas para os próximos dias, caso não haja uma resposta concreta da empresa.
Direitos trabalhistas e próximos passos
O grupo pretende acionar o Ministério Público do Trabalho e já está se organizando com advogados para ingressar com uma ação coletiva na Justiça do Trabalho. Elas pedem que o Judiciário bloqueie valores da empresa e garanta o pagamento das verbas devidas.