
Segundo relatos, as principais associações feitas nas ruas são:
Marcas e facções mais citadas em Salvador
- Adidas → associada ao BDM (Bonde do Maluco)
- Oakley → também usada como referência pelo BDM
- Lacoste → frequentemente relacionada ao Comando Vermelho (CV)
- Nike → mencionada em áreas de influência do Comando da Paz (CP)
- Puma → apontada como símbolo em regiões do CV
Essas associações, embora não oficiais, acabam servindo como “códigos de identificação” dentro das comunidades. Quem veste determinada marca pode ser visto como aliado de uma facção — mesmo sem qualquer ligação com o crime.
Comerciantes vivem sob ameaça
Lojistas relatam que já foram orientados, de forma velada ou direta, a não vender peças de determinadas marcas. “Tive que parar de vender Adidas porque aqui é área rival. É prejuízo, mas pelo menos não boto minha família em risco”, disse um comerciante de Cajazeiras.
População refém da moda “proibida”
Para os moradores, a situação é ainda mais complicada. Jovens evitam usar roupas que gostam para não serem confundidos. “Eu tinha um boné da Lacoste, mas joguei fora depois que disseram que podia dar problema. É triste não poder se vestir como quer”, contou um morador da Liberdade.
Autoridades alertam
A Polícia Militar reforça que usar marcas de roupas não configura crime e que nenhum cidadão pode ser punido ou ameaçado por sua forma de se vestir. No entanto, admite que facções se apropriam desses símbolos para impor medo e marcar territórios.
Enquanto isso, a capital baiana convive com uma realidade preocupante: quando até as escolhas de moda se tornam risco de vida, o poder paralelo das facções mostra até onde consegue alcançar o cotidiano da população.