O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu não decretar a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas fez uma dura advertência diante dos recentes episódios envolvendo sua ida ao Congresso Nacional e a entrevista concedida à Jovem Pan.
A decisão veio nesta quarta-feira (24), após o ministro analisar manifestações da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da defesa do ex-presidente. Bolsonaro havia sido questionado por possíveis descumprimentos de medidas cautelares impostas no âmbito do inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.

Segundo Moraes, ainda que os atos de Bolsonaro tenham gerado “preocupações legítimas”, não há, por ora, elementos suficientes para decretar sua prisão. No entanto, o ministro deixou claro que o ex-presidente está sendo monitorado judicialmente e que novas infrações podem resultar em medidas mais duras.
Relembre o caso
Bolsonaro foi autorizado pelo STF a participar de atividades políticas e entrevistas, mas com restrições relacionadas a incitação ao golpe ou ataques às instituições democráticas. Recentemente, ele visitou a Câmara dos Deputados, onde foi aplaudido por aliados, e deu uma entrevista na qual fez críticas veladas à Justiça.
Esses episódios geraram reações, e Moraes solicitou explicações formais no prazo de 24 horas, sob risco de medidas mais severas, inclusive a prisão preventiva. A defesa alegou que não houve violação das medidas impostas e que Bolsonaro exerceu seu direito à liberdade de expressão.
Advertência como recado político
A advertência de Moraes tem sido interpretada como um recado político e jurídico direto ao ex-presidente, indicando que o Judiciário está atento a qualquer movimentação que possa ameaçar a ordem democrática. A decisão busca equilibrar o respeito às liberdades individuais com a necessidade de garantir o cumprimento da Constituição.