Uma investigação da Polícia Federal (PF) em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) revelou um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro operado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção criminosa do país. Segundo as apurações, o grupo utilizava mais de mil postos de combustíveis espalhados pelo Brasil como fachada para movimentar recursos ilícitos, além de manter o controle de 40 fundos de investimentos no mercado financeiro.
De acordo com os investigadores, os postos eram usados para inflar faturamentos e simular vendas que nunca ocorreram, legitimando valores oriundos do tráfico de drogas, contrabando e extorsões. Já no setor financeiro, os criminosos conseguiam infiltrar capital em fundos de investimento, aproveitando-se de brechas de fiscalização para obter lucros legais a partir de dinheiro ilegal.
“Estamos diante de um modelo altamente estruturado, que mistura o crime organizado tradicional com técnicas de mercado sofisticadas”, afirmou um delegado da PF envolvido na operação.
As investigações apontam que o esquema movimentou bilhões de reais nos últimos anos, tornando o PCC não apenas uma facção voltada ao tráfico, mas também um verdadeiro conglomerado empresarial do crime.

Além dos bloqueios judiciais de valores em contas e fundos, a operação determinou o sequestro de bens de luxo, incluindo carros importados, imóveis e embarcações.
Especialistas em segurança pública alertam que a presença do PCC em setores da economia formal representa um desafio ainda maior para as autoridades, pois dificulta a detecção da origem do dinheiro e fortalece a estrutura financeira da facção.
O caso reforça a necessidade de integração entre órgãos de controle financeiro, Receita Federal, Banco Central e mercado de capitais para evitar que organizações criminosas utilizem mecanismos legais como instrumentos de lavagem de dinheiro.