Brasília (DF), 8 de julho de 2025 – A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, anunciou nesta terça-feira (8) que o salário mínimo nacional será elevado para R$ 1.630,00 a partir de janeiro de 2026. O valor representa um reajuste de 7,38% em relação ao piso atual de R$ 1.518,00 e contempla um ganho real — acima da inflação — de aproximadamente 2,5%, seguindo a nova política de valorização do mínimo estabelecida pelo governo federal.
Reajuste com ganho real
De acordo com a ministra, o reajuste leva em consideração a inflação projetada pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) até o fim de 2025, somada ao crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes, conforme prevê a política de valorização em vigor.
“Será o maior aumento real do salário mínimo em mais de 50 anos. Isso é fruto de responsabilidade fiscal aliada à sensibilidade social”, afirmou Tebet durante audiência na Comissão Mista de Orçamento (CMO).
Impacto nas contas públicas
A elevação do piso salarial tem efeitos diretos nas contas da União. Segundo Tebet, cada R$ 1 de aumento no salário mínimo gera um impacto de aproximadamente R$ 420 milhões no orçamento federal, em razão dos benefícios atrelados ao valor do mínimo, como:
- Aposentadorias e pensões do INSS;
- Benefício de Prestação Continuada (BPC);
- Seguro-desemprego;
- Abono salarial.
A estimativa do governo é que o aumento represente um impacto total de R$ 47 bilhões no Orçamento de 2026.

Comparativo com anos anteriores
O reajuste para 2026 consolida uma tendência de recomposição do poder de compra do salário mínimo, especialmente após anos de aumento apenas inflacionário. Com o novo valor, o piso nacional atinge o maior patamar real desde que foi criada a política de valorização nos governos anteriores.
Ano | Valor do Salário Mínimo | Reajuste Real (%) |
---|---|---|
2023 | R$ 1.302,00 | 1,4% |
2024 | R$ 1.412,00 | 2,8% |
2025 | R$ 1.518,00 | 2,4% |
2026* | R$ 1.630,00 | 2,5% (estimado) |
*Projeção oficial do PLOA 2026.
Planejamento e responsabilidade fiscal
Durante sua fala no Congresso, Tebet reforçou que o aumento foi calculado dentro dos limites estabelecidos pelo novo arcabouço fiscal, que condiciona o crescimento real das despesas à evolução da receita e impõe teto de gastos:
“As metas são desafiadoras, mas realistas. É possível crescer com responsabilidade, corrigindo distorções e garantindo mais dignidade a quem mais precisa.”
Tramitação e próximos passos
O novo valor do salário mínimo será incluído no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026, que será encaminhado ao Congresso até o fim de agosto. A proposta será analisada e votada pelos parlamentares até o fim do ano legislativo. Se aprovada sem alterações, o novo salário entrará em vigor em 1º de janeiro de 2026.
Repercussão
A proposta foi bem recebida por centrais sindicais e movimentos sociais, que consideram o reajuste um avanço importante. Em nota, a CUT destacou que o novo valor “recoloca o salário mínimo como instrumento de justiça social”.
Já representantes do setor empresarial alertaram para os impactos nos custos da folha de pagamento, especialmente para pequenas empresas. “É um aumento expressivo e precisa vir acompanhado de medidas de compensação e desoneração”, afirmou o presidente da Confederação Nacional do Comércio, José Roberto Tadros.
✅ Resumo
- Novo salário mínimo: R$ 1.630,00
- Reajuste total: +7,38%
- Ganho real: ~2,5% acima da inflação
- Vigência: a partir de 1º de janeiro de 2026
- Impacto estimado no orçamento: R$ 47 bilhões
Com o anúncio, o governo reforça sua aposta em uma política de valorização do salário mínimo, combinando ajustes reais com responsabilidade fiscal. A medida promete melhorar o poder de compra da base da pirâmide social e movimentar a economia nacional, com reflexos positivos no consumo e na arrecadação.