Por Redação | 1º de agosto de 2025
Fonte: CNN Brasil, UOL, Brasil de Fato
O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou suas atividades nesta sexta-feira (1º) em meio a uma atmosfera política incomum: a expectativa nacional e internacional gira em torno do pronunciamento do ministro Alexandre de Moraes, após as sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos.
A medida do governo americano, anunciada no dia 30 de julho, causou forte reação nos bastidores da Corte e no cenário político brasileiro. Moraes, que reassume suas funções nesta manhã em sessão no plenário do STF, deve usar o espaço para responder oficialmente à decisão do Departamento de Estado dos EUA, que o acusou de envolvimento em violações de liberdades civis e perseguições políticas — acusação rejeitada pela maioria dos ministros da Suprema Corte brasileira.

Sanção e repercussão
As sanções fazem parte da chamada Lei Magnitsky Global, que permite aos Estados Unidos aplicar medidas restritivas contra estrangeiros acusados de violar direitos humanos. Moraes teve seu visto revogado e, segundo veículos como a CNN Brasil e a agência Reuters, pode ter contas e bens bloqueados nos Estados Unidos.
A resposta do STF foi imediata. Em nota oficial, o tribunal classificou as sanções como uma “ingerência inaceitável” nos assuntos internos do Brasil e expressou solidariedade institucional ao ministro Alexandre de Moraes. “Todas as decisões tomadas pelo ministro foram colegiadas ou confirmadas por maioria dos ministros desta Corte”, diz o comunicado.
Clima interno no STF
Apesar das divergências ideológicas entre alguns integrantes do tribunal, o ambiente interno é de união em defesa da instituição. Fontes próximas ao STF relatam que ministros como Luiz Fux, Edson Fachin e até mesmo Kassio Nunes Marques, indicado por Jair Bolsonaro, manifestaram apoio ao colega e criticaram a postura do governo norte-americano.
O que Moraes deve dizer
O pronunciamento de Alexandre de Moraes nesta sexta-feira será acompanhado atentamente por autoridades brasileiras, embaixadas estrangeiras e veículos de imprensa internacionais. Espera-se que o ministro reforce a autonomia do Judiciário brasileiro, conteste a legitimidade das sanções e sinalize que decisões relacionadas a investigações sobre tentativa de golpe e atos antidemocráticos seguem dentro do marco constitucional e legal.
Nos bastidores, integrantes do governo Lula também já indicaram que a posição institucional do Brasil será de respaldo ao STF. O Itamaraty estuda enviar nota diplomática aos EUA pedindo revisão da medida.
Repercussão internacional
A sanção gerou críticas e apoio no cenário internacional. Parlamentares europeus e ONGs ligadas à defesa da democracia expressaram preocupação com o precedente criado pelas sanções contra membros do Judiciário de um país democrático. Já aliados do ex-presidente Donald Trump, que reassumiu recentemente a presidência dos EUA, defendem as ações como parte de uma pressão geopolítica contra o “excesso de judicialização política na América Latina”.