A iminente imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, prevista para entrar em vigor no dia 1º de agosto de 2025, pode desencadear uma onda de desemprego em diversos estados brasileiros. Estimativas apontam que o Brasil poderá perder mais de 110 mil empregos em um cenário inicial. O impacto, no entanto, pode ser ainda maior em estados exportadores como São Paulo, onde o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirma que o prejuízo poderá alcançar até 120 mil postos de trabalho.
Impacto nacional confirmado por estudo da CNI e UFMG
Segundo análise da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a política tarifária anunciada pelo governo norte-americano pode reduzir o PIB nacional em cerca de R$ 19,2 bilhões, o que representa uma retração de 0,16% da economia brasileira. Esse impacto atingiria diretamente setores estratégicos, como o agronegócio, comércio e indústria de transformação, com a seguinte estimativa de corte de empregos:
Agropecuária: 41 mil empregos
Comércio: 31 mil empregos
Indústria de transformação: 26,5 mil empregos

São Paulo: epicentro do impacto
Durante o evento Expert XP 2025, realizado na última semana, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que só o estado paulista poderá perder até 120 mil empregos com a medida. Ele também projetou que o PIB estadual pode sofrer uma redução de 0,3% a 2,7%, e que a massa salarial pode cair entre R$ 3 bilhões e R$ 7 bilhões por ano.
“É um impacto direto na economia produtiva. Fabricantes como a Embraer, Caterpillar, exportadores de aço, laranja e café serão fortemente afetados”, alertou Tarcísio.
Outros estados em alerta
A divisão do impacto por estado, segundo o estudo da UFMG, também preocupa. Veja as estimativas de perda no PIB:
Rio Grande do Sul: R$ 1,9 bilhão
Paraná: R$ 1,9 bilhão
Santa Catarina: R$ 1,7 bilhão
Minas Gerais: R$ 1,66 bilhão
Além disso, estados como Ceará, Espírito Santo e Sergipe são considerados altamente vulneráveis, já que mais de 20% a 45% de suas exportações são destinadas exclusivamente ao mercado norte-americano.