O Brasil vive um avanço acelerado do transporte individual, tendência que tem provocado efeitos diretos na mobilidade urbana, na saúde pública e na qualidade do ar.
Dados da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) mostram que, ainda em 2018, carros e motocicletas ultrapassaram o transporte coletivo, representando 30,3% das viagens, contra 24% feitas por ônibus, metrô e outros modais públicos.
O desequilíbrio preocupa especialistas porque o aumento da frota circulante contribui para congestionamentos crônicos, mais tempo de deslocamento e uma elevação significativa das emissões de gases poluentes nas metrópoles brasileiras.

Ônibus levam mais pessoas e poluem menos
A capacidade dos modais escancara a disparidade.
Um ônibus convencional transporta cerca de 70 passageiros.
Um ônibus articulado chega a 126 pessoas.
A média nacional é de 1,5 pessoa por carro e 1,1 por motocicleta.
Essa diferença de ocupação tem reflexo direto na emissão de poluentes. Estudos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional, concluem que um ônibus pode ser até oito vezes menos poluente que um automóvel, quando analisadas as emissões de CO₂ equivalente por passageiro.
Em termos proporcionais de emissão:
Ônibus: 4,6
Carro: 36,1
Motocicleta: 20,3
Ou seja, enquanto o ônibus carrega dezenas de pessoas emitindo relativamente pouco, o carro utiliza grande espaço urbano para transportar quase sempre apenas o motorista.
70% da poluição urbana vem do transporte individual
Levantamentos recentes apresentados na COP-30 apontam que até 70% da poluição atmosférica nas cidades é causada por automóveis e motocicletas. Mesmo transportando minoria dos passageiros, eles são responsáveis por mais de 70% das emissões de gases de efeito estufa do setor.
Em cidades densas, como São Paulo, Recife, Salvador e Belo Horizonte, o acúmulo de veículos aumenta a concentração de poluentes como material particulado (PM2.5), monóxido de carbono e ozônio — todos associados a doenças respiratórias e cardiovasculares.

Engarrafamentos: tempo perdido e ar mais poluído
Além de poluir mais, o transporte individual agrava os congestionamentos. Estudos de mobilidade mostram que, em horários de pico, carros parados em fila ou em marcha lenta aumentam em até 30% a emissão por quilômetro.
Engarrafamentos prolongados geram:
Maior consumo de combustível
Aumento de CO₂ e outros gases tóxicos
Crescimento dos custos operacionais do transporte coletivo
Desgaste psicológico em motoristas e passageiros
Perda econômica para trabalhadores e empresas
Em grandes metrópoles, motoristas chegam a perder entre 80 e 120 horas por ano presos no trânsito, o equivalente a quase cinco dias inteiros.
Uso do espaço urbano: 1 ônibus substitui até 50 carros
O transporte individual ocupa imenso espaço viário. Um ônibus ou BRT cheio pode substituir entre 40 e 50 carros transportando o mesmo número de pessoas — liberando vias, reduzindo o tempo de deslocamento e diminuindo a necessidade de obras caras, como viadutos e alargamento de pistas.
Relatórios da ANTP mostram que o transporte individual consome cerca de 75% da energia utilizada na mobilidade urbana, enquanto o coletivo utiliza apenas 25%.

Cidades brasileiras seguem em rota insustentável
O domínio de carros e motos, aliado à queda de passageiros no transporte público, cria um ciclo negativo:
Menos passageiros no ônibus
Redução da receita das empresas
Queda de qualidade do serviço
Mais pessoas migrando para carros e motos
Trânsito mais lento e mais poluído
Especialistas alertam: sem reequilibrar esse sistema, as cidades brasileiras caminham para colapsos recorrentes de mobilidade.
Soluções possíveis e caminhos adotados no mundo
Para reverter o cenário, especialistas defendem ações estruturais:
Ampliação de corredores exclusivos de ônibus (BRT)
Renovação da frota com biocombustíveis e veículos elétricos
Integração entre ônibus, metrô, VLT e ciclovias
Tarifas acessíveis e financiamento público transparente
Desestímulo ao uso do carro em áreas superlotadas
Melhoria dos terminais e da qualidade do serviço
Em cidades como Bogotá, Santiago, Paris e Curitiba, políticas de priorização do transporte coletivo resultaram em menos trânsito, menos poluição e maior qualidade de vida.
Conclusão:
transporte público é chave para cidades mais limpas
Os dados deixam claro: fortalecer o transporte coletivo não é apenas uma escolha — é uma necessidade urgente.
Com ônibus capazes de transportar mais, emitindo menos e ocupando menos espaço viário, investir na mobilidade pública é o caminho mais eficaz para reduzir poluição, encurtar deslocamentos e melhorar a vida nas grandes cidades brasileiras.











Catuense, pai, Advogado, Professor, Jornalista, Radialista, Gestor de futebol, Escritor e Empresário; Coordenador Municipal de Segurança Pública da Prefeitura de Catu; Professor de Educação Básica do Município de Itanagra; Membro da Academia Internacional de Literatura; Membro Imortal da Academia Interamericana de Escritores. Com formação em: Telecomunicações; Processo Petroquímico; Teologia; Matemática; Direito; e Ciências Biológicas; Mestre Em Comunicação e Jornalismo; Doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais; Especialista em Direito Administrativo; Especialista em Criminologia; Especialista em Educação Basica; Especialista no Ensino de Matematica e Biologia; Especialista em Coordenação e Gestão Educacional; Graduando em Farmácia; Licenciando em Ciências da Computação e Informática; Licenciando em Física.

