Durante um evento sobre tecnologia e inteligência artificial realizado nesta quarta-feira (23), o ex-presidente e atual pré-candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que pretende implementar uma nova política tarifária que pode impactar diretamente as relações comerciais com diversos países — incluindo o Brasil.
Segundo Trump, a proposta é simplificar as tarifas de importação norte-americanas em uma faixa que vai de 15% a 50%, sendo que o percentual mais elevado será direcionado a países que, segundo ele, “não têm se dado muito bem” com os Estados Unidos.

“Países que dificultam as negociações com os EUA, que não são abertos ou cooperativos, vão pagar mais caro para exportar para o nosso mercado”, declarou Trump no evento.
Brasil na mira
Apesar de não citar explicitamente todos os países atingidos pela medida, o Brasil aparece como um dos principais alvos da tarifa máxima de 50%. Fontes ligadas à equipe de Trump apontam que o motivo está relacionado a questões políticas internas, como a atuação do Supremo Tribunal Federal no que ele chamou de “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro, aliado político do ex-presidente americano.
Essa medida, se confirmada, pode representar um duro golpe para setores da economia brasileira que dependem das exportações para os Estados Unidos, especialmente o agronegócio, o setor automotivo e de bens industrializados.
Medida entra em vigor em agosto
A nova política tarifária está prevista para entrar em vigor a partir do dia 1º de agosto de 2025. Até lá, os países afetados poderão negociar acordos bilaterais que evitem o aumento das tarifas, segundo o próprio Trump.
“Se eles quiserem negociar, estamos prontos. Mas precisam abrir seus mercados também. Chega de unilateralismo contra os Estados Unidos”, afirmou o ex-presidente.
Reações no Brasil
No Brasil, o anúncio gerou preocupação no setor econômico e diplomático. O Ministério das Relações Exteriores ainda não se pronunciou oficialmente, mas fontes do Itamaraty informaram que o governo já estuda formas de retaliação e alternativas para minimizar os prejuízos.
Analistas políticos destacam que a fala de Trump reforça o uso de medidas econômicas como ferramenta de pressão política e ideológica, o que pode intensificar as tensões internacionais.