
Donald Trump, sancionou nesta terça-feira (8) uma nova medida comercial que impõe tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, em um movimento que já está sendo chamado de “tarifaço” contra o Brasil.
A medida, que pegou o Itamaraty de surpresa, foi apresentada como parte de uma política de “proteção à indústria americana” e tem potencial de gerar grande impacto nas exportações brasileiras, principalmente nos setores de aço, alumínio, carne bovina, celulose, etanol e soja. A decisão ainda precisa entrar em vigor oficialmente, mas já causou forte reação no mercado internacional e entre representantes do agronegócio e da indústria nacional.
Justificativas de Trump
Em discurso na Carolina do Sul, Trump declarou que o Brasil se aproveita do “comércio injusto” com os EUA, afirmando:
“Eles desvalorizam sua moeda, subsidiam seus produtores e despejam produtos aqui. Isso acaba agora. América em primeiro lugar, sempre.”
Especialistas afirmam, no entanto, que não há evidência recente de práticas desleais por parte do Brasil, e que a decisão é vista como estratégica e política em ano eleitoral nos EUA, visando agradar a base conservadora e rural americana.
Reações do Governo Brasileiro
O governo Lula reagiu com preocupação e informou, por meio de nota do Itamaraty, que “lamenta profundamente” a decisão unilateral do governo americano e que pretende buscar resolução no âmbito da OMC (Organização Mundial do Comércio). O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio estuda retaliações comerciais.
Segundo apurou o Up Notícias, o Planalto considera que Trump pode estar tentando usar o Brasil como bode expiatório para justificar dificuldades econômicas internas nos EUA, além de tentar minar os bons resultados do comércio sul-americano.
Impacto Econômico
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que o Brasil pode perder até US$ 8 bilhões por ano em exportações com o novo tarifaço, afetando diretamente milhares de empregos. O agronegócio brasileiro, tradicional aliado de Trump nos anos anteriores, demonstrou surpresa e frustração.
“É uma traição comercial. Exportávamos toneladas de carne e grãos para os EUA. Isso pode fechar portas e gerar prejuízos gigantescos”, afirmou o presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal).
Riscos e próximos passos
A medida ainda pode ser contestada legalmente, mas especialistas advertem que Trump, se reeleito, poderá dobrar a aposta, impondo restrições ainda maiores ao Brasil, à China e a outros parceiros comerciais.
O Itamaraty já convocou uma reunião de emergência com a bancada comercial do Congresso e prepara uma missão diplomática aos EUA nas próximas semanas para tentar reverter ou ao menos minimizar os danos.
Trump impôs tarifa de até 50% sobre produtos brasileiros.
Setores mais afetados: agronegócio, siderurgia, celulose e combustíveis.
Governo brasileiro promete recorrer à OMC.Exportadores temem prejuízo bilionário.
Decisão pode agravar as relações entre os dois países.