Um dos maiores incidentes de segurança digital registrados no sistema judiciário brasileiro expôs dados bancários de mais de 11 milhões de pessoas vinculadas ao sistema Pix. A falha ocorreu no Sisbajud, plataforma mantida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que é usada por juízes para bloquear valores em contas bancárias de devedores.
Segundo o próprio CNJ, o problema aconteceu entre os dias 20 e 21 de julho, permitindo que informações vinculadas a contas bancárias fossem acessadas indevidamente.
O que foi vazado?
Foram acessados dados cadastrais de pessoas físicas e jurídicas, incluindo:
Nome completo
Tipo de chave Pix (telefone, CPF, e-mail ou aleatória)
Banco vinculado
Agência bancária
Número da conta corrente
Apesar disso, o CNJ e o Banco Central garantem que nenhum dado sensível foi exposto, como senhas, saldos, movimentações financeiras ou transações. Ainda assim, especialistas em segurança alertam: os dados vazados podem ser usados em tentativas de fraude, especialmente via phishing ou engenharia social.
O que é phishing e como funciona?
Phishing é um tipo de golpe no qual criminosos usam informações reais da vítima para enganá-la por meio de:
SMS falsos
E-mails enganosos
Mensagens de WhatsApp
Ligações com supostas confirmações de transações
Com o nome, banco e conta da pessoa, os golpistas aumentam a chance de a vítima acreditar que está falando com sua própria instituição financeira, e assim fornecer senhas, autorizar transferências ou clicar em links maliciosos.
Como se proteger após esse vazamento?
Especialistas e órgãos de proteção digital recomendam:
✅ 1. Desconfie de mensagens não solicitadas
Não clique em links enviados por SMS, WhatsApp ou e-mails pedindo confirmação de dados, Pix ou senhas. Bancos nunca solicitam essas informações por esses canais.
✅ 2. Ative alertas do seu banco
Configure notificações por SMS ou e-mail para cada movimentação na sua conta. Assim, você é avisado rapidamente em caso de movimentações indevidas.
✅ 3. Use autenticação em dois fatores (2FA)
Em apps bancários e e-mails, ative a verificação por código ou aplicativo autenticador para dificultar o acesso de terceiros.
✅ 4. Evite usar CPF como chave Pix
Sempre que possível, utilize chaves aleatórias para dificultar a identificação por golpistas.
✅ 5. Atualize seus dados junto ao banco
Se você recebeu alguma comunicação oficial do banco, confira se suas informações estão atualizadas e valide sua conta com segurança.
✅ 6. Consulte seu nome no sistema
O CNJ deve disponibilizar nos próximos dias um canal de consulta para saber se os dados da sua chave Pix foram expostos. Fique atento ao site oficial: www.cnj.jus.br
Medidas tomadas pelo CNJ e Banco Central
O sistema Sisbajud já foi corrigido e está funcionando normalmente.
O CNJ comunicou a Polícia Federal e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que abriram investigação.
O Banco Central está monitorando os impactos e também notificou as instituições financeiras para reforçarem os alertas de segurança aos clientes.

O que diz a lei sobre isso?
De acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), qualquer vazamento de informações pessoais precisa ser reportado e investigado. O incidente pode gerar multas ou responsabilizações caso fique comprovada negligência na segurança do sistema.
O que fazer se eu suspeitar de fraude?
- Entre em contato imediatamente com seu banco.
- Registre um boletim de ocorrência.
- Notifique o Banco Central e a ANPD, se for vítima de golpe.
- Troque senhas e revise suas chaves Pix.

Fique alerta!
Mesmo que não haja movimentações financeiras associadas ao vazamento, os riscos são reais. Com os dados básicos em mãos, golpistas podem aplicar fraudes personalizadas, se passando por bancos, empresas ou até órgãos públicos.
Redação | UP Notícias
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