Montes Claros (MG) — Um grupo de venezuelanos que chegou ao Brasil em busca de segurança e melhores condições de vida permanece há cinco anos em Montes Claros, no Norte de Minas, enfrentando incertezas e dificuldades para reconstruir a própria história. Sem apoio regular e ainda à espera de oportunidades estáveis, muitos relatam sensação de abandono e invisibilidade.

Eles fazem parte do fluxo migratório iniciado em 2015, quando a crise humanitária na Venezuela se intensificou. A maioria passou por centros de acolhimento em Roraima antes de ser direcionada para o interior do país por meio de programas de interiorização. Em Montes Claros, porém, a realidade encontrada foi mais dura do que esperavam.
Sobrevivência entre bicos, abrigo improvisado e solidariedade local
Por falta de vagas formais no mercado de trabalho, muitos sobrevivem de atividades temporárias, como serviços gerais, pequenos reparos, artesanato e venda ambulante. Mesmo os que têm formação profissional enfrentam barreiras como burocracia para validação de diplomas e dificuldade de acesso a cursos de capacitação.
Sem renda fixa, o grupo se mantém em casas alugadas de forma coletiva, em moradias improvisadas ou em quartos cedidos por voluntários. Organizações locais — entre elas grupos religiosos, entidades filantrópicas e voluntários independentes — realizam ações pontuais, arrecadando alimentos, roupas e itens básicos de higiene. No entanto, o apoio não é suficiente para garantir estabilidade.
Famílias divididas e crianças crescendo longe da terra natal
Entre os migrantes há famílias com crianças que já passaram boa parte da infância no Brasil. Algumas frequentam escolas municipais, aprendem português e criam laços locais, enquanto os pais lidam com o dilema emocional de manter viva a identidade venezuelana em meio às dificuldades diárias.
“Muitas vezes não sabemos como será o amanhã. Queremos trabalhar, ter uma vida digna, cuidar dos nossos filhos”, relata uma mãe venezuelana que prefere não se identificar. “O Brasil nos acolheu, mas estamos esquecidos.”
Falta de políticas contínuas agrava situação
Embora existam programas federais destinados a auxiliar migrantes e refugiados, a continuidade e a articulação entre governo e municípios ainda são insuficientes, segundo entidades que acompanham a situação. A ausência de políticas públicas locais consolidadas e de um canal permanente de atendimento dificulta o acesso a documentação, serviços de saúde, moradia adequada e emprego.
Especialistas ressaltam que a integração social dos migrantes depende não apenas de ações emergenciais, mas de iniciativas duradouras, como cursos profissionalizantes, apoio psicológico, programas habitacionais e inserção no mercado de trabalho.
Sonho de recomeço continua vivo
Mesmo diante das adversidades, muitos venezuelanos insistem em permanecer no Brasil e reconstituir suas vidas. Eles afirmam que desejam contribuir para a comunidade montes-clarense e ter autonomia para sustentar suas famílias.
“Nós não queremos viver de doações. Queremos oportunidade”, afirma um dos migrantes, que era técnico em eletrônica na Venezuela e hoje alterna entre bicos para sobreviver.
Enquanto aguardam políticas mais eficazes e um olhar atento das autoridades, os venezuelanos seguem resistindo — unidos pela esperança de que, após cinco anos em solo brasileiro, o recomeço finalmente aconteça.











Catuense, pai, Advogado, Professor, Jornalista, Radialista, Gestor de futebol, Escritor e Empresário; Coordenador Municipal de Segurança Pública da Prefeitura de Catu; Professor de Educação Básica do Município de Itanagra; Membro da Academia Internacional de Literatura; Membro Imortal da Academia Interamericana de Escritores. Com formação em: Telecomunicações; Processo Petroquímico; Teologia; Matemática; Direito; e Ciências Biológicas; Mestre Em Comunicação e Jornalismo; Doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais; Especialista em Direito Administrativo; Especialista em Criminologia; Especialista em Educação Basica; Especialista no Ensino de Matematica e Biologia; Especialista em Coordenação e Gestão Educacional; Graduando em Farmácia; Licenciando em Ciências da Computação e Informática; Licenciando em Física.

